sábado, 30 de octubre de 2010

Homenagem na Câmara Municipal da Cidade de Viamão-RS dia 21/10/2010

A Câmara de Vereadores de Viamão prestou na última sessão uma homenagem à cultura cigana presente em nosso município, através da dança e de outras manifestações culturais. A homenagem foi proposta pelo Vereador Nadim (PP), que entregou uma moção de parabenização e aplauso a Thais Francisco, professora de dança e uma das coordenadoras do Grupo Cigano Explode Coração, que em conjunto com o grupo de dança Venga Flamenco, resgata e preserva as tradições culturais deste povo tão rico culturalmente. 
“Os ciganos são um dos povos mais antigos da humanidade e fazem um esforço muito grande para preservar seus costumes e sua história. São alegres, cheios de energia e com uma grande dose de passionalidade. A música e a dança fazem parte de sua personalidade. Thais Francisco desenvolve esta divulgação de suma importancia, passando a dança com a cultura através das aulas aos seus alunos com base em rumbas de España donde reporta a sua essência cultural, pois exalta a bela contribuição que o povo cigano dá para a sociedade Viamonense”, justificou Nadim. Thais Francisco agradeceu a homenagem dos vereadores e destacou a trajetória de seu grupo. Ela fez questão de dividir a homenagem com suas alunas e integrantes do grupo de dança, que ao final da homenagem apresentou uma das suas belas coreografias. Jornal Diário de Viamão de 26/10/2010.


















Dia 21/10/2010 as 18:30hs recebi com muita Felicidade uma homenagem em forma de moção de reconhecimento pelo pioneirismo de trazer para a cidade de Viamão a cultura cigana, trabalho desenvolvido nesta cidade e região plantando esta semente da cultura e tradição Cigana através da arte da dança e todas as manifestações culturais que realizo desde 2008. Iniciativa do Vereador Nadim que demostrou respeito a Etnia Cigana em nosso País através de um gesto generoso com sua admiração por um trabalho que realizo como professora de Dança Cigana e Flamenco, trago ao longo de todas as minhas experiências e ensinamentos passados a mim com o estudo a todos os meus alunos a ao Grupo Cigano Explode Coração a verdadeira Liberdade de Expressão em teoria e prática. Agradecimentos a todos que estão juntos e entendem por justa esta causa, Carregam esta bandeira e se orgulham deste trabalho em união. Optchá!

sábado, 23 de octubre de 2010

Carmen Amaya " La Capitana" Mês de Novembro Aniversário e Luto uma singela homenagem



La Capitana

bailaora, cantaora, filha de tocaor, ou seja, senhoras e senhores,
a grande

Carmen Amaya


No ano de 1913, a natureza passou por Girona, olhou para uma família de ciganos pobres de pecúlio mas geneticamente ricos de música e dança e resolveu implantar num ventre um vulcão de aparência franzina e traços duros.
A primeira lava surgiu num dia de Novembro e a última viria a extinguir-se, no mesmo mês, cinquenta anos mais tarde. Ficamos a saber que os vulcões, ainda que imprevisíveis, também têm rins que se cansam.

O pai tocava guitarra e era conhecido por El Chino, a mãe cantava e a tia tinha garra nos pés e na voz, com direito ao cognome de La Faraona.

Apesar de na Catalunha o flamenco ser arte quase indiferente, Barcelona ficou estarrecida com os dotes de baile da menina de seis anos que acompanhava os acordes do pai, talvez o único a desprezá-la enquanto bailaora. Queria-a cantaora. A mãe, sonhava-a Total, enquanto lhe improvisava os vestidos com restos nómadas de tecidos.


E a carreira provou que el baile foi dominante, por muito que, pessoalmente, adore ouvir a voz áspera e sem colocação, como se fosse um prolongamento da demência do corpo.
Mais crescida, mas já precocemente casada, como manda a lei cigana, pasmou Madrid com o seu fogo vindo das entranhas da raça. Sem escola de letras nem dança, sem amor mas com paixão no corpo, deu raiva, violência, brutalidade, tragédia aos movimentos que inventava sem aviso.

A fúria haveria de ser a sua marca.

Era o sentimento feito carne na batida veloz do taconeo. E a sensualidade no ondear da anca, acentuada pelo traje masculino: calças de cintura alta, jaqueta curta.
Provocava los desatinos, aquele sentimento tão espanhol de soltar as rédeas à loucura.
A Guerra Civil apanhou-a em digressão, salvo erro em Valladolid, e fugiu para Lisboa com a família, irmãos incluídos, que cigano que se preze, para o bem e para o mal, nunca corta o cordão umbilical, mesmo para além da morte.

Aqui frequentou e actuou no Café Arcádia, trocou timbres com fadistas (mais tarde tornar-se-ia amiga de Amália e de Teresa de Noronha), provocou paixões assolapadas nos homens, ataques de ciúmes nas mulheres, e partiu para Buenos Aires, Nova Iorque e Hollywood.

Quando Roosevelt a convidou, com honra, para dançar na Casa Branca, já não precisava de vestidos feitos de restos. Já era modelo de beleza exótica, disputada por vários costureiros, desejada no ecrã de vários realizadores. Chamavam-lhe the savage, the wild gipsy queen.

Em Nova Iorque chegou ao Carnegie Hall. Feito raro. Fez, por sua ideia, um espectáculo com bailarinos de Ballet Clássico. Sem perceber nada do dito, conseguiu num só e único espectáculo, juntar duas danças completamente opostas.

Quantas vezes a doçura não tem laivos de raiva e a violência não tem escondido o fogo doido da paixão.

Voltando a Espanha e actuando em Madrid, o todo poderoso espectador Francisco Franco, muito pouco tolerante com ciganos que inventassem para além do morno flamenco turístico, servido a espanhóis instalados e a americanos a brincar à aventura, não teve outro remédio senão engolir uma dedicatória em alto e bom som a todos os ciganos presos, fosse em defesa dos seus (para nós cruéis e arrepiantes), códigos de honra, fosse por oposição política.

Mas engoliu com líquido. Ao fim e ao cabo, La Amaya, recebida por vários presidentes e reis mundo fora, publicitava tanto ou mais a glória postiça de Espanha que o touro Miura.

Apesar de autoritária, e com a arrogância típica de quem parece ter subido meramente empurrada pelo sopro do seu Deus, defendia que a força das mulheres deve servir para protecção e alimento escondido dos homens. Neste aspecto foi utilizada como modelo pela Igreja, de que Franco era fervoroso aliado e dependente.

Morreu, rodeada pela família e, suponho, pelos vários maços de tabaco diários, durante as filmagens de “Los Tarantos”, nada mais nada menos que a peça Romeu e Julieta de Shakespeare em versão sanguínea cigana, mais tarde coreografada para uma companhia, também cigana, de dança. Imperdível, se vos der jeito.
Ficou célebre o funeral com farta romaria de ciganos de várias partes quer de Espanha quer dos arredores. Afinal, até ao fim da vida, nunca deixou de participar em todos os rituais, como qualquer cigana anónima e maltrapilha.As sobrinhas, bailaoras e, de vez em quando, modelos têm tentado transmitir o estilo e as pouco protocolares poses. As opiniões dividem-se quanto ao sucesso da empresa. É, à partida, tarefa ingrata, convenhamos.E coreógrafos, bailarinos e mais gente de outras danças não tem resistido à tentação de lhe tentar traduzir o magnetismo e o mistério. Exercício de pura imaginação que era ela mulher de segredos bem guardados.Grande parte do bom flamenco que hoje se vê, obedece à técnica inovadora e revolucionária que lhe deu na cabeça criar. Sem, pelo menos aparentemente, método pensado. Talvez só suado no puro instinto.
Os teóricos que a sistematizem. Que esgravatem.


Vá-se lá saber que leis ou ordens regem os corações revoltos.

miércoles, 20 de octubre de 2010

A Linda Gitana Carmen

Cigana Linda de Cabelos negros e longos
Que Baila suavemente com sua roupa Rosa
Cigana Forte que em meus sonhos aparecia
Teus Olhos negros são fortes, marcantes
És mãe, és mulher, és esposa, és a Linda Gitana Carmen
Poderosa e Guerreira, que transmite alegria por onde passas
Teu perfume se espalha no ar, alegrando nossos corações
Tua alma é serena, meiga e ao mesmo tempo ferós
Tua existência no mundo não é em vão, tu viestes para nos trazer
Alegria e a Magia do Povo Cigano

Baila que Baila

Carmen

Autoria: Gitana Rúbia